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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal


Olá
  Amigos,
     colegas e professores
      Nossa árvore é formada por vocês.
 Feliz Natal!
         Que 2011 seja o melhor ano de todos os tempos!
           É o que a GVive deseja para todos!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

2009 - Ações - 18 de Julho - 1.o Encontro de ex alunos do Embaixador Macedo Soares

Osnei  










2009 - Ações - Julho - Congresso de Educação e Encontro ex alunos de Barretos


                   Na Mostra de Video em Barretos que ocorreu no mes de fevereiro, a GVive foi convidada para participar efetivamente do Congresso de Educação por Elisete Tedesco e o prof Antonio Possato. Havia tambem o convite para o Encontro de ex alunos do Embaixador Macedo Soares no dia 18/7 - a unidade vocacional de Barretos.
O convite foi aceito e começamos a trabalhar. Convidamos os professores Angelo Schoenacker, Olga Bechara, Esmeria Rovai e Professor Espedito de Oliveira para representarem a GVive .
Em poucos meses palestras e material de apresentação sobre os Vocacionais estava prontos.
Coube a GVive um tempo de 4 horas no 3.o congresso Reginal de Educação para divulgar a experiência vocacional no dia 17 de julho.
Formamos uma equipe e fomos a Luta: Imma(datashow, Cida, Olga, Esmeria, Angelo, Eduardo, Satie(gravação dos videos) e Luigy.
Nos intervalos, o GT Memória aproveitou para fazer novas entrevistas com alunos e professores Espedito, Artur, Suissem e Zaira Bampa.
Com a ajuda da Elisete, Denise, Silvio Azevedo, Espedito e vários colegas conseguimos hospedagem, alimentação e um onibus para levar e trazer os professores.     

    
































<  GVive















Espedito, Esmeria, Angelo e Olga

2009 - Ações - Fevereiro - Mostra Itinerante de Videos sobre GVs em Barretos









2009 - Ações - Janeiro 1.o Encontro de Representantes Unidades Vocacionais




2009 - Ações - Sintese da Revista por Nobuko Kawashita 2009

Síntese da Revista da Nobuko 

          “O cidadão no mundo globalizado” – 2009  
                                               Nobuko  Kawashita
   Introdução

     Meu relato apoia-se especialmente nas lembranças, e lembranças vivas, de quando  atuei como orientadora educacional no Ginásio Vocacional Chanceler Raul Fernandes, em Rio Claro, de 1965 a 1968. Lembranças vivas pois já se passaram mais de 40 anos e quando penso no vocacional, não parece que foi ontem, mas hoje.
 
    O tema “O cidadão para o mundo globalizado” traduz, na minha percepção,  um dos objetivos centrais  da proposta dos ginásios vocacionais.  Objetivo que permite afirmar que a proposta continua e continuará inovadora e atual  porque, a formação do aluno/cidadão centrada e mergulhada na realidade do aqui e agora, tendo como horizonte o futuro e apoiado nos conhecimentos e experiências do passado.

    Principalmente,  na concepção da realidade  como resultante das especificidades locais,  interações, dependências e interdependências entre comunidades, cidades, estados e países possibilitaram trabalhar e vivenciar os conceitos  no concreto, ou melhor, na realidade vivenciada.

    Um exemplo simples e concreto da globalização: as prateleiras dos supermercados.
    Há que  se ressaltar, no entanto  que, se as prateleiras dos supermercados são exemplos concretos de globalização com as quais o cidadão se depara no dia a dia, há que conhecer e analisar criticamente as determinações filosóficas, culturais, sociais, econômicas e politicas  desse processo.

     Resultante dessas determinações temos conceitos complexos como desenvolvimento, subdesenvolvimento, dependência e problemas multidimensionais decorrentes. Mas, sem dúvida,  as prateleiras do supermercado são um bom ponto de partida para analisar  conceitos tão complexos e abstratos, bem como os problemas decorrentes, em especial, nos países dependentes, hoje, denominados “emergentes”.

      A afirmação do Vocacional como experiência inovadora, não quer dizer modernização, novidade, mas, construção coletiva de um novo paradigma diferente do estabelecido. Um paradigma que valoriza uma educação  reflexiva, conscientizadora, mobilizadora e enraizada na realidade local, estadual, nacional e internacional que interagem, reforçando o já afirmado.
 
I -  Condições para a formação  do cidadão no mundo globalizado na proposta do Ensino Vocacional:
     (Existência   de uma proposta filosófica e educativa  mergulhada na realidade (core curriculum) / construção coletiva do projeto pedagógico / Formação continuada da equipe / metodologia didático-pedagógica utilizada: pesquisa, estudo do meio, discussão, elaboração individual e coletiva).

             O projeto educacional do vocacional,  fundamentado em experiências vivenciadas e pesquisadas  foi construído a partir de uma proposta inicial
elaborado por um grupo de educadores.  Não de um modelo pronto, pré-concebido à priori, como já afirmado, mas de ideias que possibilitaram a discussão e a construção coletiva.

     Conhecer, analisar e atuar criticamente sobre a realidade, tendo como horizonte a formação integral e a participação consciente e ativa, na construção de uma sociedade mais democrática e justa, constituía  o core curriculum, isto  é, o eixo integrador do currículo.
     O homem em sua interação com a realidade constituía o ponto de partida para o desenvolvimento do projeto educacional. Um conceito, uma idéia integradora  que permitia a elaboração de questões e problematizações  a serem  investigadas pelas diferentes disciplinas, segundo suas  especificidades, da interação entre elas e, especialmente, de abordagens que rompiam as fronteiras disciplinares.

     Um processo dinâmico, interativo, em constante movimento e avaliação do qual participavam alunos, professores, orientadores pedagógicos e educacionais e, em alguns momentos, os pais de alunos, representando a comunidade.

     Há que se destacar a importância da metodologia de pesquisa no processo de planejamento: diagnosticar, analisar, conhecer, refletir e elaborar conclusões e/ou propostas de intervenção são algumas características do procedimento adotado.

     O processo de ação-reflexão-ação e reflexão sobre a ação, era o cotidiano do fazer pedagógico da equipe. As reuniões semanais da equipe responsável (professores, coordenador pedagógico, orientador educacional e responsável pela direção) por uma determinada série constituía o lócus privilegiado de formação continuada assim como os momento das sínteses bimestrais das unidades pedagógicas e a síntese ao final do ano letivo.

     A discussão do realizado, das mudanças necessárias, das possibilidades de integração entre as disciplinas, das dificuldades enfrentadas pela classe constituíam  momentos de retomada do planejamento e do re-planejamento para a continuidade dos trabalhos.

      Discutir, discordar, trocar, buscar consenso, quando possível, e decidir os rumos a tomar, segundo cada especialidade e coletivamente,  constituía um processo de  auto-avaliação, mas, principalmente de auto-aprendizagem.
     Nesse processo, a especialidade deixava de ser um fim em si mesma para transformar-se em um instrumento de construção coletiva.

     No processo ensino -aprendizagem a adoção do mesmo procedimento.

     Lembro que depois de quase um mês de aulas, uma mãe de um aluno da 5ª série me procurou preocupada. Mostrou o caderno de uma disciplina de um colega de seu filho que cursava a mesma série em uma outra escola dizendo: veja a diferença, o caderno do meu filho tem apenas algumas páginas preenchidas e a do colega quase a metade do caderno. 
   Expliquei a proposta e a metodologia e pedi que ela perguntasse ao filho se ele copiou da lousa ou do livro ou redigiu suas próprias conclusões, depois de muito ler, pesquisar e discutir em sala de aula.

      O estudo dirigido, o trabalho em grupo e, especialmente o estudo do meio eram considerados estratégias privilegiadas para aprendizagem bem como a discussão e a auto-avaliação.
 
      Nesse processo já se  praticava  interdisciplinaridade, pluridisciplinaridade, multidisciplinaridade e, especialmente, trans-disciplinaridade, conceitos considerados, hoje, inovadores, que nem faziam parte do nosso vocabulário, pois, o conceito usado à exaustão era integração.

      Abrindo um parentese: para  Nicolescu (Manifesto da Trans-disciplinaridade /SP/Trion/ 1999), a complexidade dos problemas, as novas temáticas desafiam as especialidades. Mesmo os profissionais de um mesmo ramo de conhecimento, que se dedicam à pesquisa de objetos  distintos, têm dificuldade de conhecer e compreender os resultados  de todos os objetos pesquisados, ainda que do mesmo ramo.  

    Por exemplo, a questão ecológica necessita de conhecimentos da biologia, geografia, química, política etc. Essas questões e temas constituem-se “num novo território de saber, marcado pela interseção de vários campos de saberes”.

    Para Nicolescu, a trans-disciplinaridade, assim como multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade (comas quais não se confunde) traduzem propostas de transgressão de fronteiras entre as disciplinas. “Trans” significa ir além, traduz uma posição para além de.

     Para o autor a trans-disciplinaridade, a multidisciplinaridade, a pluridisciplinaridade, a interdisciplinaridade e a disciplina são setas de um mesmo arco na busca do conhecimento.

Que diferenças podem ser apontadas nessas definições?
Para Nicolescu, além da amplitude, a diferença entre as diferentes definições esta na finalidade.  Para ele, com exceção da transdisciplinar, a pesquisa pluridisciplinar / multidisciplinar, interdisciplinar, ainda que ultrapassando as fronteiras das disciplinas, mantém sua finalidade, isto é,  na pesquisa disciplinar. A pesquisa transdisciplinar, no entanto, tem como finalidade a compreensão do mundo presente de múltiplas facetas e para isso, um dos imperativos é a unidade do conhecimento.

 A pesquisa transdisciplinar, ainda que distinta da pesquisa disciplinar, pluridisciplinar / multidisciplinar, interdisciplinar não se excluem, mas se complementam.

Em relação ao currículo escolar tradicional, Gallo, chama atenção, à imagem  das “gavetinhas” que não se comunicam, que já  é clássica. A cada disciplina , cada aluno abre uma “ gavetinha”  de seu arquivo mental e,  ao final da aula, fecha para abrir para outra que se inicia. Os conhecimentos guardados nas “gavetinhas” são estanques e não se comunicam entre si, dificultando a percepção de que todos os conhecimentos vivenciados na escola são  perspectivas diferentes de uma única e mesma realidade.

 A seguir alguns destaques  que, na minha visão, asseguram o caráter  inovador da experiência dos Ginásios Vocacionais:

a) Educação situada no tempo e no espaço. Concepção educacional a ser traduzida em uma organização curricular cujos objetivos decorriam da reflexão dos resultados de pesquisa da comunidade, onde cada unidade seria implantada.

b) A organização curricular: obediência à inclusão das disciplinas obrigatórias por lei mas, aproveitamento da flexibilização da carga horária para enriquecer o currículo,  a  discussão de conceitos que permitiam a visão do mundo cotidiano e do trabalho,   com  oferta   de  disciplinas como Economia Doméstica, Artes Industriais, Práticas Comerciais. As classes mistas assistiam a todas as atividades. Lembro dos alunos/alunas que resistiam às aulas de Economia Doméstica/ Artes Industriais, mas, trabalhado o preconceito inicial, participavam de todas as atividades com prazer e entusiasmo.

c) Planejamento Pedagógico– participação de todos: 1º momento: equipe de direção, professores, profissionais de apoio, por ex de recursos áudio visuais  e num 2º momento os alunos, por série.  Esse segundo momento era conhecido como   “Plataforma”. Ocorria no primeiro dia de aula, com a presença da equipe de direção (diretor, coordenado pedagógico, orientador educacional), todos os alunos, de uma determinada série e toda equipe docente que ministrava aulas para aquela série. Plataforma, pois, era o momento de “lançamento” e discussão do plano proposto para o período letivo.

Além da pesquisa da comunidade, por meio da qual, a realidade da comunidade era trazida para dentro da escola,  o planejamento coletivo e participativo foram marcas importantes da experiência.

Para ilustrar vou relatar sinteticamente no que consistia o plano anual  para a 5ª, que guardo na memória.

Na 5ª série, tema Central: o estudo da Comunidade local.
A área de Estudos Sociais que tinha a função integradora desta temática, explicitava, em linhas gerais, as diversas dimensões históricas, culturais, econômicas, políticas   constitutivas dessa comunidade. Dimensões validas para toda e qualquer comunidade mas que ao debruçar sobre o Município de Rio Claro, seguramente, a comunidade, se em muitos aspectos seriam assemelhadas a outras, teria uma identidade própria e única.

O eixo temático central desdobrava-se em vários sub-temas que, ao final de cada bimestre, era objeto de avaliação e síntese por todas as disciplinas, cada uma segundo sua especificidade, para, ao final do ano letivo, todos (equipe de direção, professores e alunos)  se reunirem novamente, para ponderações e  avaliação final.

Como as diferentes disciplinas posicionavam-se diante do tema central e sub-temas? 
Cada professor, apresentava  a  especificidade do campo de saber sob sua responsabilidade (conceitos e conteúdos) e estabelecia os laços com o tema central e sub-temas. No fundo, a ideia era discutir como cada disciplina, segundo sua especificidade, tinha contribuições a dar para estudar e compreender a vida naquela comunidade.

 Da diversidade de métodos, técnicas e material didático utilizado pelos professores, o  trabalho de grupo  e o estudo do meio eram as técnicas privilegiadas por todos. Era realizado um grande  Estudo do Meio, coordenado por Estudos Sociais, tendo como eixo o tema  central e os sub-temas da série, com participação de todas as disciplinas. Realizado a partir de um roteiro elaborado para orientar as observações que dariam origem a relatórios individuais a serem compartilhados em sala de aula e apresentados na avaliação final, enriquecido com as demais aprendizagens realizadas ao longo do ano letivo.

Estudo do Meio na comunidade: visita à Prefeitura e à Câmara Municipal   (entrevistas com o Prefeito e vereadores, além da assistência a uma sessão plenária); ao comércio e ao Mercado Municipal, ao teatro, às industrias, à zona rural, ao  centro e à periferia etc. Esse Estudo constitua uma verdadeira operação de guerra, pois, além da preparação em todas as disciplinas, os alunos eram acompanhados por um grupo de professores.

Com procedimentos assemelhados ao planejamento da 5ª série, os eixos centrais e seus respectivos Estudos do Meio, nas séries seguintes: Estado de São Paulo (6ª  série); país/Brasil (7ª série) mundo (8ª série). Na 8ª série discutiam-se as relações nacionais e internacionais  e, como síntese,  a volta à comunidade para analisar seus reflexos no cotidiano de cada um deles, de seus moradores e nas diferentes dimensões da  vida comunitária, ou seja, a presença do mundo na comunidade local.

Com  essa maneira de trabalhar, apesar da  grade curricular “obrigatória”, as situações e as questões apresentadas permitiam a globalização e o intercâmbio de conhecimentos disciplinares, em diferentes graus. As abordagens disciplinares, pluridisciplinares/multidisciplinares (conjunto de disciplinas), interdisciplinares (intercâmbio e integrações e transdisciplinares) ocorriam naturalmente. O tema central, eixo integrador só poderia resultar de uma abordagem trans-disciplinar.

         Professores e especialistas, sem perder sua identidade e sua especificidade, transformam-se em  educadores, participes ativos e co-responsáveis de um processo educativo  em processo permanente de aperfeiçoamento, ou segundo a nomenclatura atual, formação continuada.

II –  Atuação do orientador educacional: ação integrada e ação direta
O orientador educacional atuava de duas formas distintas: integrada e direta.

   a)  ação integrada: no projeto pedagógico,   caracterizando classes e grupos de alunos obtida   a partir da sínteses de observações dos professores, do sociograma e das observações diretas nas sessões de orientação em grupo / participação na formação continuada dos professores e na reunião de pais.  
           
   O orientador educacional  à semelhança do professor foi se construindo na ação. Seu perfil emerge da ação cotidiana junto aos alunos, professores, pais de alunos e comunidade. Membro da equipe de  educadores, sua ação esteve sempre articulada à proposta educativa.

   Como bem afirmou Maria da Gloria Pimentel, que atuou como orientadora
educacional e supervisora do Serviço de Orientação Educacional “ só é possível ao orientador educar se puder pensar com os professores seus propósitos comuns de educadores...Se juntos se prepararem  para enfrentar uma prática desafiadora, numa constante avaliação e reformulação em busca do significado do seu ser e do seu fazer”
(Professorem construção, SP/ Papirus, 1993, p. 15 e 16).
 
         A ação integrada do orientador educacional, tanto no  projeto  pedagógico como junto à equipe de professores ocorria especialmente  por  meio da apresentação da caracterização de classes e de grupos de alunos.
 A caracterização realizada partir das sínteses de observações dos professores, do sociograma e das observações diretas, do orientador,  nas sessões de orientação em grupo.


Os professores acompanhavam  e  anotavam em frases sintéticas bimestralmente  as informações que consideravam relevantes no processo desenvolvimento  do aluno ( Ficha de Observação de Aluno – FOA).

Mais do que o desempenho em sua disciplina, as observações deveriam privilegiar características, interesses , tendencias e dificuldades pessoais que poderiam auxiliar  no processo de desenvolvimento e superação de dificuldades. Quatro dimensões comportamentais serviam de orientação da observação:  intelectual, social, emocional e motor.

Ao termino do bimestre,antes de iniciar o outro, o orientador educacional apresentava, aos professores daquele aluno e classe, a síntese  das observações   analisando as necessidades de alunos, grupos e classe e planejando conjuntamente as ações consideradas necessárias.

 Alem do planejamento, a participação na formação continuada dos professores, por meio  da caracterização de problemas, de necessidades e de potencialidades das diferentes etapas do desenvolvimento humano, com destaque ao grupo concreto, sobre o qual incidia a ação educativa.

Nas reuniões de pais e professores a discussão da proposta pedagógica e da importância da ação conjunta de pais e professores no processo educativo.

Cabe destacar que a ação integrada do orientador educacional decorria de  decisões tomadas em conjunto  com o orientador pedagógico e a direção.


b) Ação direta: sessão de orientação  grupo; atendimento  individual de  alunos e de pais conforme  solicitações e necessidades; orientação escolar  e vocacional ao termino da 8ª série (antigo ginasial).
     A ação direta consistia na coordenação das sessões de orientação em grupo realizada semanalmente para discussão de temáticas de interesse  classe. Em algumas oportunidades, eram discutidas os problemas da classe seja a pedido dos professores ou da própria classe.

Nas sessões de orientação de grupos realizadas semanalmente, os alunos escolhiam acada bimestre os temas que gostariam de discutir assim como os problemas que enfrentavam no relacionamento inter-grupos, em sala de aula  etc. Astemáticas mais comuns: atualidades,  acontecimentos que chamava a atenção do grupo, educação sexual, relacionamento
familiar, crise da adolescência etc.

 Além das sessões grupais, a pedido de professores, familiares, aluno ou por iniciativa do próprio orientador educacional, era realizado atendimento individual,  para discutir dificuldades, problemas etc.

          Mas, a entrevista individual ao termino da 8ª série para o aconselhamento escolar e vocacional era considerado o ponto alto do  da ação direta. Fundamentado nas observações e sínteses (FOAS), de 5ª à 8ª série, o orientador educacional discutia a trajetória do aluno, em
 entrevista individual, para favorecer o auto-conhecimento e também para que ele pudesse  apresentar sua divergências, opiniões e complementações. 
                                  
Em geral, a síntese oral dos alunos , com raras exceções, coincidia com a síntese apresentada pelo orientador.
Creio que tanto a vivência da experiencia educativa, como os momentos de discussão e, em especial, a discussão da síntese do desenvolvimento pessoal marcaram profundamento muitos  alunos.

 Quando falei da minha memoria viva, senti isso na fala de um aluno, que  no encontro de 40 anos, dos formandos de Rio Claro, disse-me que lembra da nossa entrevista final palavra por palavra, como se fosse hoje,  quando  foi apresentada e discutida a síntese do seu desenvolvimento nos 4 anos: interesses, dificuldades e  potencialidades para o desenvolvimento futuro.

 Segundo ele  aquela conversa orientou suas escolhas pessoais e profissionais. À época creio que ele tinha 15 anos e agora me deparava com um “senhor” de 55 anos.

  Para concluir afirmo que para a realização de experiencia dessa natureza,  é necessária uma mudança radical na política educacional.  Assegurar condições de trabalho:  regime de trabalho/jornada integral,  infra estrutura equipe de trabalho estável (professores, diretor, coordenador  pedagógico, orientador educacional e outros profissionais que auxiliem no
desenvolvimento de alunos e e nas atividades pedagógicas como, por
 exemplo, um especialista em  áudio-visual).  
 
Lembro que quando falei do Vocacional em um Congresso   de  Educação, e  um dos participantes disse: com essas condições eu ou qualquer um de nós  realizaria um trabalho educacional significativo, responsável e de qualidade.

Minha resposta: com certeza!!!

A educação e  educadores precisam ser tratados com respeito, seriedade e responsabilidade.
Orçamento para a educação não é gasto, mas investimento.
Estudo recente da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação  e Ciência  e a Cultura) - afirma  queOs dados são claros: não dá para se manter o discurso de que a educação não precisa de mais verbas” (Professores do Brasil: impasses e desafios, coord  Bernardete Angelina Gatti/ Elba Siqueira de Sá Barretto,  Brasilia: UNESCO, 2009).

Creio que com a situação em que se encontra o ensino publico no Brasil e, em especial, em São Paulo, temos uma longa luta pela frente.